segunda-feira, 22 de junho de 2009

De Volta a Ilhabela
















Chegamos! O trecho de Abrólhos até aqui foi feito rapidamente, tivemos as melhores médias e maiores velocidades nestes dias. Perto de Cabo Frio, vimos o maior cardume de golfinhos que jamais teria imaginado poder existir!

Pela manhã encontramos um peixe voador no convés, o estranho é que tenha sido nestas latitudes.
Foi gostoso chegar à Ilhabela no início do dia, Fragatas nos saudaram voando perto dos mastros, a luz matinal dava em tudo uma cor especial.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sta. Barbara











Chegar de madrugada ao Arquipélago de Abrólhos, com a luz do farol a nos “saudar”, foi uma emoção nova, o pequeno grupo de ilhas é um gigantesco berçário, em cada ilhas uma espécie de pássaros faz os seus ninhais, no mar as baleias Jubarte parem e amamentam seus filhotes e nas praias tartarugas encontram local protegido para os ninhos.
A ilha maior, com nome da santa, é área da marinha, abriga o farol, a estação de rádio e residências para a guarnição e pesquisadores, nela cabras e humanos convivem com os animais nativos, nas outras ilhas houve um consenso entre as aves: as fragatas ocupam a Redonda, os Atobás Brancos tem seus ninhos na Siriba e os Atobás Marrons na Sueste, a Guarita ficou destinada aos pássaros migratórios. As ilhas pequenas e toda região ao redor formam o Parque Marinho, é proibida qualquer atividade humana que não esteja monitorada ou acompanhada pelo Instituto que substituiu o Ibama.
Acompanhados por um pesquisador pudemos visitar a ilha Siriba, numa curta caminhada, vimos e observamos diversos ninhos de Atobás brancos, alguns com ovos e outros com filhotes. Destes, vários já grandes, quase do tamanho dos pais, porem ainda com penugem.
De baleia avistamos apenas borrifos longe, elas começam a chegar agora, tem suas crias nas águas rasas deste grande banco de corais e aqui tem um local tranqüilo para amamentar os filhotes. Curiosidade: O leite é espirado na água, muito gorduroso não se mistura fácil e o filhote suga a água com leite, num treino para futuramente sugar águas com Krill, o pequeno crustáceo, base da alimentação desta baleia. Este crustáceo não existe nestas águas e as baleias ficam estes meses em jejum, chegam a perder 13 toneladas de suas reservas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Novamente Salvador
















Como um cavalo que dispara voltando para a cocheira, o barco nos sacudiu de forma inédita. Foram os dois piores dias, grandes ondas batiam de lado no barco, encontravam as 35 toneladas de chumbo da quilha e saiam reclamando e espumando do outro lado, várias chuvas e mais ninguém no mar. Viemos rápido e atracamos na Bahia Marina ao anoitecer de ontem.
Nosso dia hoje foi ocupado com pequenas manutenções, almoçar no burburio de um restaurante por quilo chinês foi a única coisa diferente do dia.
A idéia é zarpar na sexta feira, escala em Abrólhos... parece que o que seria uma visita ao velho mundo acabou num roteiro pelas ilhas oceânicas brasileiras.
No caminho o mercado anarquico e livre

sábado, 6 de junho de 2009

Em Recife-PE




Surpresa! Estou em Recife! É uma longa história que começa desde a saída de Noronha: O vento estava maluco! Soprava para onde não era para soprar e até o Equador foi difícil, depois piorou.... Tínhamos uma previsão de ventos que de nada serviu. No dia 31 enfrentamos chuvas e zigezagueando contra o vento, fizemos apenas 50 milhas em direção a Cabo Verde (600 milhas), seguindo neste ritmo o nosso combustível não seria suficiente para retornar a um porto se algo desse errado, então a decisão foi voltar! Comento que quando falo de um porto, o mais próximo era Fernando de Noronha (750 milhas)! Na África (600 milhas) não é muito aconselhável ir com um barco destes. Foi um dia muito difícil, navegar com velas contra o vento durante longos períodos exige muito do barco e da tripulação. No barco começaram as panes: era freezer que parou e começou a descongelar, portas que se soltavam das travas e batiam, alternador de 24 volts sem funcionar. Os heróicos rapazes que se ensoparam mais de três vezes ao manejar velas, além do constante pavor de uma queda no mar, numa situação de mar assim, é mortal! É impossível conseguir manobrar um barco deste para voltar e ainda achar a pessoa. No tempo da manobra, as ondas e correntezas afastam e escondem quem caiu. Foi um dia agourento.
O avião acidentado caiu atrás de nós, o centro do raio de busca divulgado pela marinha fica a 250 milhas de aonde estávamos, mas na volta passamos novamente pela região, nada vimos, sequer aviões sobrevoando.
Voltamos com velas e motor, fizemos 5 dias de viagem até Recife, que nos ofereceria melhor estrutura para abastecer e fazer algumas manutenções. Chegamos ao porto ontem as 23:00. O único dia que o vento esteve conforme o usual foi ontem, já aqui na costa do Nordeste.
Estávamos preparados para reabastecer o barco e tentar novamente a travessia, mas hoje tivemos a notícia da decisão do proprietário para que voltássemos para Ilhabela. Zarparemos amanhã para Salvador.
Hoje a tarde estive com Átila no Cabanga Iate clube, e dentre vários amigos de Átila conheci o Cleison, conhecido no meio náutico como Torpedinho, e diante de um grande quadro que retrata a cidade e o porto no tempo do Império, ele nos deu uma boa explicação de como foi o crescimento ( e “estragamento”) da cidade que tinha possibilidade de se tornar uma Veneza Nordestina. Até os americanos na segunda guerra ao fazer uma base abriram uma passagem no curso natural do rio e com isso mudaram totalmente o fluxo das águas assoreando o porto.
Hoje vejo uma extensão enorme ao longo do rio e do porto, abandonados e decrépitos. Uma pena! Ainda não consegui andar por ai para fotografar.