Os platôs de arenito vão erodindo sobrando as “mesas”. Incrivelmente, é das altas mesas que brotam as nascentes que formam os rios e estes seguem por vales e canons, lá a mata é a Mata de Galeria, contrasta com o cerrado da região ao redor.
O Complexo Ecológico Pedra Caída é uma reserva particular, fica entre Estreito e Carolina, ao lado da Unidade de Conservação da Serra das Mesas. São várias cachoeiras, o acesso é permitido para algumas delas, agendado e com acompanhamento de um guia. Os caminhos suspensos em toda extensão, o cuidado com o impacto sobre o frágil cerrado é constante.
Além das cachoeiras é possível descer por tirolesas, a maior tem 1200m de descida, emoção única. Chalés e Restaurante, uma estrutura completa. O pessoal é simpático e competente. Todas as atividades são cobradas, justo, preservar custa.
Fizemos dois roteiros de cachoeiras de uma vez (20,00 + 15,00 por p/ pessoa), nosso guia, o Tino, foi surpreendente, além de nos levar às cachoeiras, mostrou-nos sutilezas e surpresas da maravilhosa natureza do lugar.
Águas de temperaturas diferentes, nascentes insinuadas, plantas medicinais e comestíveis; muitas novidades e informações.
As cachoeiras nas paredes de arenito são diferentes, as formas escavadas em faces curvas fazem desenhos únicos. A água passa por um furo antes de cair em Pedra Furada, em outras segue por canons depois da queda, e por ele que se anda para chegar na cachoeira, água na cintura e pisando na areia vermelha constantemente renovada.
O nome de Pedra Caída foi dado pelos índios, para eles a Divindade maior jogou uma pedra e esta abriu a fenda que é o Canon que percorre-se por centenas de metros. Várias cachoeiras menores caem das paredes, dado momento a fenda fica estreita, uns 3m de largura, as paredes tem cerca de 50 m de altura, anda-se pela água, em momentos com ela na altura do peito, o som nos previne, mas nada é visível. Talvez uns 50m depois a surpresa, numa passagem a direita abre-se um salão e uma cachoeira mágica. A correnteza é forte, encontra-se um local mais raso na lateral, o vento causado pela força da queda é forte e traz um spray de água. Passada a surpresa vem o deslumbramento, as paredes lisas do arenito vão fechando e sobra uma fenda na superfície muito acima, formou-se um grande salão esférico com a queda no fundo; naquela hora, o meio do dia, a luz entrava e iluminava a queda da água e a espuma. Embaixo, apenas a piscina, água pelo peito e muita energia, no meio a correnteza é fortíssima. A emoção é indescritível. Merece o nome: Santuário.
Obs.: locais mágicos não são fotografáveis...
![]() |
Alecrin do Cerrado |
Nenhum comentário:
Postar um comentário