Em Santa Isabel era a primeira mudança de nossa
navegação, tanto o Croquis da Marinha como a carta eletrônica que tínhamos
"terminavam" aqui, agora em diante precisaríamos de um prático,
alguém conhecedor do "caminho entre as pedras". Mesmo cheio, o rio
tem suas armadilhas para os incautos. Além das pedras a correnteza é bem mais
forte.
A solução para o primeiro trecho encontrada foi pegar uma
carona numa balsa de transporte de carga que faz a viagem de Manaus até
Camanaus, o ultimo local que tem serviço regular de barcos.
O barco em questão, da Navegação Tanaka, chegou na
segunda feira de tarde, após descarregar a carga daqui, manobramos o veleiro e
o amarramos atrás da balsa, ao lado do empurrador. Foi uma viagem de 25 horas, tranquila,
o único senão foi o motor do empurrador urrando ao nosso lado...
Chegamos em Camanaus as 21:00 e esperamos o dia amanhecer
para manobrar o veleiro e o levamos até perto da rampa do exercito, local onde
eles descarregam suas próprias balsas.
Neste dia contratamos um prático e uma lanchinha com
motor de popa de 90 cv para o trecho de até São Gabriel.
Dia seguinte cedo, iniciamos o que foi o primeiro batismo
de cachoeira. Pouco acima de Camanaus a força da água era tamanha que o barco
acelerado ao máximo (75 cv) mais a lancha empurrando quase não foram suficientes
para vencer o rio. Foram duas investidas, na primeira, o barco perdeu o leme e
girou, por pouco não batemos em pedras. Na segunda tentativa, desativou-se o
sistema hidráulico e o leme foi comandado com a longa cana.
Foram duas horas e meia de viagem, emocionantes.
Em São Gabriel ancoramos no canto da Praia, aonde dizem
que é o buraco da Cobra Grande, a praia está toda coberta pelas águas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário