Mais veloz, o Negro começa a ficar diferente. As ilhas
continuam inundadas mas as margens são mais altas, são as
"barrancas". Muitas ilhas e os canais mais estreitos entre elas são
chamados de "paranás". Com o nível da água bem alto como está, aqui
por volta de 8 metros acima do mínimo, não há muito perigo com as pedras. São
muitas assinaladas no Croquis.
Numa passagem não hidrografada (sim, existem muitos
trechos que apenas os canais principais estão medidos) chegamos a raspar num
banco de areia, a profundidade indicada na sonda minutos antes era de 26
metros, na olhada seguinte no aparelho, 5 m e em seguida raspamos na areia.
Nossa primeira parada depois de Barcelos foi na pequena
comunidade de São Luis do Rio Negro. Cerca de 14 famílias vivem da agricultura
aqui, nos receberam muito bem, a gostosa prosa no fim do dia, as garotas
jogavam futebol e minutos depois, ao anoitecer, os adolescentes embarcavam numa
rabeta para ir a escola na comunidade visinha. Dia seguinte, enquanto os
adultos preparavam a mandioca para fazer farinha, os meninos protegiam as
galinhas de um gavião com estilingues.
Um pernoite no "Paraná" do Jacaré foi inesquecível,
o local muito tranquilo era frequentado por Botos; a ilha ao lado, ninhal de
Araras e num passeio com o bote encontramos as frutinhas amarelas, de sabor muito
gostoso, depois identificadas como "olho de caranguejo".
Até então não havíamos encontrado alguma praia e na ponta
Temedaui achamos uma tirinha de areia.
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