quarta-feira, 15 de julho de 2015

São Gabriel da Cachoeira



Esta eu poderia chamar de a capital das nações indígenas no Brasil, 90% da população do enorme município são índios e seus descendentes. Faço a citação aos descendentes pois encontrei os mesmos costumes, hábitos, consumos e etc de qualquer outra cidade brasileira.
Como diz o nome, há a cachoeira, são duas fortes corredeiras que dividem o rio. Na parte de baixo, fica a praia, com um pequeno movimento de barcos, basicamente das comunidades do outro lado do rio. Toda a carga que abastece o município é descarregada em Camanaus e vem de caminhão (22 km) para a cidade.
Na parte de cima fica o porto, eufemismo para descrever uma simples margem, de onde partem muito barcos para todo o alto rio Negro e afluentes. Este que é o acesso para a Cabeça do Cachorro e as agitada fronteiras com a Colômbia e Venezuela.
Estradas? Além dos 22 km até o Aeroporto de Uaupés e Camanaus , sobraram 100 km de terra da estrada que ia até Cucuí, via hoje retomada pela mata.
Estou aqui já quase um mês e como estamos ancorados na Praia, compulsoriamente escuto os shows e festas que são realizados na praça. Quadrilha em Junho e Show para marcar o Dia Mundial do Rock. Aos finais de dia Zumba para movimentar as esportistas ou som dos bares em qualquer dia.
A cachoeira (duas), são, espetáculos a parte:
A de baixo, linha de pedras que agora na cheia, cria grandes ondas estáticas - Ondas estáticas?? - sim, ondas de mais de metro, continuamente no mesmo lugar. Com muito motor, barcos conseguem subir pelo cantinho, contornando grandes pedras.
A de cima, chamada de Fortaleza, pois a cidade nasceu de um forte sobre a pedra que domina a passagem, agora na cheia não mostra pedras, mas a garganta tem um par de enormes redemoinhos que tragam os pequenos barcos que se perderem por lá. A passagem é espremida na margem oposta.
A cidade é muito tranquila. Pequenos detalhes me chamaram a atenção: Os taxis fazem lotação e andam com uma cópia da chave espetada na fechadura do porta malas, de forma que os passageiros mesmo abrem e colocam seus volumes; ou que podemos comprar uma motosserra no camelô...
Um transito pacifico embora sem respeito ao pedestre, mas sem vítimas... Aqui quem faz vítimas é o álcool, é o aditivo que no choque cultural com a cultura excludente do branco leva os índios ao consumo sem limites e aos muitos suicídios.
Do branco temos muito presente o Exercito e as igrejas, estas com seu papel mais reduzido hoje e substituída pelos órgãos como FUNAI ou DISEI.
Outra presença que não pode deixar de ser citada é o ISA - Instituto Sócio Ambiental ( www.socioambiental.org ), com seu extenso trabalho na preservação da cultura indígena e sua integração ao mundo atual. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro é outra das entidades que representam os Índios. ( www.foirn.org.br ) 













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